A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes, pode se manifestar de diversas formas, desde o abuso sexual – ato em que o adulto submete o menor, através da força física, ameaça ou sedução para se estimular ou satisfazer-se sexualmente -, até a exploração sexual, quando pessoas ou empresas (rede de prostituição, pornografia e o tráfico) se beneficiam economicamente, direta ou indiretamente, da atividade sexual. Esses fenômenos sociais são crimes e acima de tudo violação dos Direitos Humanos.
As vítimas desse tipo de violência sofrem danos, conseqüências irreparáveis em seu desenvolvimento físico, psíquico, social e moral. Os casos de abuso sexual na infância e na adolescência são de difícil suspeita ou de complicada confirmação, pois, em sua maioria são praticados por pessoas ligadas diretamente às vítimas e sobre as quais exercem alguma forma de poder ou de dependência. Portanto, atenção aos possíveis sinais corporais e condutas das vítimas de abuso ou exploração sexual:
-Isolamento social e fuga de contato físico;
-O surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens, além das possibilidades financeiras da criança/adolescente e da família;
-Pouco interesse ou resistência em voltar para casa;
-Medo ou pânico de certa pessoa;
-Aparência descuidada e relutância em trocar de roupa;
-Dor, inchaço, lesão ou sangramento pelo corpo
-Mudanças extremas e súbitas de comportamento
-Ansiedade, baixo nível de auto-estima e excessiva preocupação em agradar os outros.
Em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Crespo, uma menina de oito anos de idade foi cruelmente assassinada – crime conhecido como “caso Araceli” -, após ter sido estuprada em Vitória (ES). O seu martírio comoveu a nação e mobilizou diversos segmentos sociais pela luta contra violência sexual de crianças e adolescentes. O dia 18 de maio – data em que ela desapareceu da escola onde estudava para nunca mais ser vista com vida – se transformou no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Para que este combate seja eficaz é necessário a participação e contribuição social, através de medidas de proteção às crianças e adolescentes, aplicadas pelos pais e educadores:
-Oriente os filhos, desde pequenos, para não aceitarem presentes nem se relacionar com estranhos;
-Nunca confiar as crianças a estranhos, mesmo que por alguns minutos, em banheiros, transporte coletivo, provadores;
-Ensinar seu filho, desde cedo, que existem partes do corpo que são íntimas e quais as suas funções;
-Debater o assunto em sua família, comunidade e escolas;
-Educá-los para nunca esconder nada.
Diga não ao abuso e a exploração sexual. Procure o Conselho Tutelar – órgão responsável pela efetivação dos direitos garantidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – de sua cidade e denuncie a violência sexual ou DISQUE 100 – denúncia nacional 24 horas. Faça sua parte!
Por: Laís Dantas.